domingo, 3 de março de 2013

Crónicas da Estupidez

Alimentando a Matriz


As manifestações são sempre um prolongamento da ilusão, uma consolidação da matriz. O que pode a indignação contra a poderosa maquinação dos detentores do poder? E os verdadeiros detentores do poder, acreditemos ou não, não são os governos. Os governos são apenas teatrinhos cujos fantoches são movidos por interesses imensamente maiores. Quase tão iludidos quanto os manifestantes, os governos, acreditando piamente que têm o poder nas mãos, não passam porém de meros objectos nas mãos dos grandes manipuladores. E quem são eles? Ora, quem haveriam de ser?

Afinal, não anda tudo ao mesmo? Os poderosos atrás de mais poder e mais dinheiro. Os governos atrás de mais poder e mais dinheiro. O povo atrás de mais dinheiro para consumir e assim, inconscientemente e obedientemente, alimentar a “filosofia de vida” dos todo-poderosos:

Quanto mais consomes, ó desgraçado, mais trabalhas para poder consumir mais! Quanto mais trabalhas, ó cretino, mais eu ganho! Quanto mais ganho, ó imbecil, mais poder e mais dinheiro tenho! E tu, grande estúpido, continuas a consumir e a querer fazê-lo cada vez mais!



O Pecado das Árvores


O exercício da sensatez e o uso da inteligência vão já sendo raros. A nível do poder local parece então que a imbecilidade atingiu níveis inesperados (ou não!).

Imagine-se que, na cidade da Maia, alguém se sentiu incomodado com as árvores existentes no passeio de uma das principais avenidas. Semelhante incómodo levou essa “pessoa” a apresentar uma queixa na Câmara Municipal da Maia contra as árvores (sim, já sei, parece uma anedota, mas garanto-lhe que não é!).

A Câmara Municipal, que, a bem da verdade, nunca se guiou muito pelo bom senso e pela sensatez, parece ter levado a queixa muito a sério (se calhar, a “pessoa” que se queixou até era uma “pessoa influente”!) e, sem mais delongas, ordena que se abatam as árvores. E afinal, qual era o motivo da queixa? Pois é, pasmem! É que as árvores sujavam os carros de alta cilindrada que por lá estacionam!

Que os donos das ditas viaturas sejam estúpidos, isso compreende-se. Mas o que não se compreende é que uma Câmara seja gerida por cabeças ocas desprovidas de qualquer grau de sensatez!



Os Sapatinhos do Papa


Parece que o ex-dirigente de uma das maiores religiões organizadas – o Máfia-Império do Vaticano – vai abdicar dos seus preciosos sapatinhos. Em vez dos sapatinhos vermelhos sangue, a sua recolha recai sobre uns discretos sapatos castanhos. 

Até aqui, tudo bem. Nada a objectar. Mas esta aparentemente simples escolha traz água no bico:

Não é que os sapatinhos castanhos, além de terem de ser oriundos especificamente de León, México, serão cuidadosamente fabricados com pele de vitelo recém-nascido?

Então! Não fiquem chocados! Todos os crimes, até os mais hediondos, são aceitáveis desde que sirvam o propósito de proteger os calos do papa! Ter humanidade é coisa de pobres!
 

Post carinhosamente dedicado ao meu amigo Voz!

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